CB.13 |
Lugar: Uz / SamãoFreguesia: Rio Douro / Vilar de Cunhas
Concelho: Cabeceiras de Basto Código Administrativo: 030415 / 17 Latitude:41.33.50 Longitude: 1.15.20 Altitude: 960 metros
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Descrição Física:Zona de vertente correspondente à encosta nascente do Alto da Meijoadela, relevo que prolonga para SE a chã planáltica de Uz. Limitada a Sul pelo Alto das Lameiras e a Norte pelo Alto do Rio do Pito, constitui a margem direita do troço inicial do Ribeiro do Freito. Com exposição a nascente e de visibilidade limitada a esse quadrante, é uma zona húmida, ocupada com povoamentos florestais de píceas, pinheiros, bétulas e cameciparis, que partilham com densos giestais e urzais um solo pobre, de elevada pedregosidade, que recobre o substracto rochoso granítico. |
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Descrição Arqueológica: No extremo Sudoeste dos pastos vedados de Lameiras, coincidente com a passagem do estradão que liga Uz a Vilar de Cunhas, sensivelmente à cota de 910 metros, situa-se a zona terminal de um grande paredão que se prolonga para NO subindo a encosta ao longo de aproximadamente 375 metros até à altitude de 960 metros, onde termina num poço de planta circular com 6 metros de diâmetro e cerca de 2,5 metros de profundidade, parcialmente entulhado com os derrubes das paredes. Deste poço arranca outro paredão na direcção SO, vencendo uma lomba ao longo de outros 375 metros. Os dois extremos dos paredões opostos ao poço ficam distantes entre si cerca de 500 metros, desenhando o conjunto uma planta em V de lados simétricos. Construídos em alvenaria de blocos de granito, os paredões e o poço apresentam duas faces paralelas com miolo preenchido por cascalho, calhaus e argamassa de saibro, definindo uma parede com 0,9 metros de espessura média. Na metade superior do paredão poente o paramento interno incorpora grandes lajes de granito fincadas verticalmente no solo. Numa destas lajes foi gravada um inscrição onde se lêm, com dificuldade, alguns algarismos. Esta construção apresenta-se muito mal conservada, tendo praticamente desaparecido o paredão Oeste, percebendo-se bem saques recentes de pedra, nomeadamente nas proximidades do largo aceiro corta-fogos que rasgou a linha de cumeada até ao marco geodésico de Custódia. Os troços junto dos poços estão em melhor estado, conservando aí mais de metade da sua altura original, que deveria atingir os 2,5 metros. |
Interpretação: A construção descrita é, em terminologia técnica venatória, uma armadilhas de caça defensiva, neste caso para captura de lobos, designando-se correntemente por fojo de lobo. Inscrevendo-se no tipo mais comum de fojos em V frequentes nas serras do Noroeste, apresentam aqui duas particularidades interessantes, como sejam a solução construtiva em parede de dupla face paralela, sem alambor, com aparelho mais pequeno, o que denota um maior cuidado construtivo e a implantação atípica do fojo, com um dos paredões a subir para o poço e não os dois a descer, como é vulgar, colocando assim o fojo atravessado na encosta. A batida deveria fazer-se desde Moimenta, subindo para Norte em direcção ao Porto do Fojo e daí até aos Alto das Lameiras e Alto da Meijoadela. A passagem da portela significaria, para os lobos acossados, a entrada no fojo. |
Bibliografia:
Índice de Cabeceiras de Basto |